É desta matéria que se fazem os sonhos. Por aqui passam verdes de variados matizes, viajando por selvas impenetráveis, mares alterosos e ilhas perdidas de uma adolescência mítica que habita em todos nós. Com uma geometria orgânica que é tudo menos inocente, a arte do ilustrador tem uma delicada ternura e erudição que fez dele um dos mais talentosos e estimados ilustradores portugueses. O traço negro, compacto ou texturado, encerra cores puras e constrói pequenos vitrais em papel, com figuras sintéticas que acentuam o poder evocativo das ilustrações. Capista e ilustrador quase exclusivo da Editora Portugália, João da Câmara Leme (Beira, Moçambique, 1930-Lisboa, 1984) ilustra algumas das mais emblemáticas obras de Daniel Defoe, Fenimore Cooper, Mark Twain e Stevenson para a mais amada das coleções de livros das nossa juventude, a Biblioteca dos Rapazes. Este primeiro conjunto de ilustrações abre uma autêntica Arca do Tesouro, para revelar mil registos e nuances com que Câmara Leme generosamente iluminou toda a década de sessenta do século XX.
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