
PERIÓDICOS / ATLÂNTICO
1942
Atlântico, n.º 2. “Uma rapariga vulgar“, por Rachel Bastos. 2 il. 1 cor.
1944
Atlântico, n.º 5. “Maria da Lua“, por Fernanda de Castro. 2 il. 1 cor.
PERIÓDICOS / CASINO
1928
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 1, 26 agosto. “Era uma vez… a Lotinha e o Tareco“, por Graciette Branco, 2 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 1, 26 agosto. “O bebé e o mar“, por Graciette Branco, 1 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 2, 2 setembro. “Era uma vez… a Rapozinha“, por Graciette Branco, 3 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 3, 9 setembro. “Era uma vez… a Rapozinha“, (cont.), por Graciette Branco, 2 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 3, 9 setembro. “À hora do óó“, por Graciette Branco, 2 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 4, 16 agosto.“Era uma vez… a Rapozinha“, (cont.), por Graciette Branco, 2 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 5, 23 setembro. “Era uma vez… a Rapozinha“, (cont.), por Graciette Branco, 1 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 6, 30 setembro. “Era uma vez… a Rapozinha“, (concl.), por Graciette Branco, 1 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 6, 30 setembro. “Bébé ecompanhia“, por Graciette Branco, 1 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 7, 7 outubro. “Era uma vez… história do infeliz pinheiro maluco“, por Graciette Branco, 2 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 8, 14 outubro. “A mamã saiu“, por Graciette Branco, 2 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 9, 21 outubro. “O Luiz e as aves“, Matinée Infantil, por Graciette Branco, 2 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 9, 21 outubro. “Era uma vez… ratinhos“, por Graciette Branco, 2 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 10, 28 outubro. “Kókó Rókó, diz o galo à galinha“, por Salema Vaz, 1 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 11, 4 outubro. “A avó e as adivinhas“, Matinée Infantil, por Graciette Branco, 2 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 11, 4 outubro. “O martírio da boneca“, por Salema Vaz, 2 il. 1 cor.
Casino, Semanário de Elegâncias e Arte, n.º 12, 11 outubro. “Era uma vez… o príncipe das faces milagrosas“, por Graciette Branco, 2 il. 1 cor.
PERIÓDICOS / CIVILIZAÇÃO
1928
Civilização, n.º 5, novembro. “O gigante Zabalão“, por Maria Lamas, Reino dos Miúdos. 2 il. 2 cores.
Civilização, n.º 6, dezembro. “A voz dos búzios“, por Rosa Silvestre (Maria Lamas), Reino dos Miúdos. 1 il. 2 cores, 2 il. 1 cor.
1929
Civilização, n.º 7, janeiro. “A esperteza de um peixinho“, por Rosa Silvestre (Maria Lamas), Reino dos Miúdos. 1 il. 2 cores, 2 il. 1 cor.
Civilização, n.º 8, fevereiro. “Como D. Fagundo emagreceu“, por Rosa Silvestre (Maria Lamas), Reino dos Miúdos. 2 il. 2 cores.
Civilização, n.º 10, abril. “Um presente da Primavera“, por Rosa Silvestre (Maria Lamas), Reino dos Miúdos. 2 il. 2 cores.
Civilização, n.º 12, junho. “O lencinho da pastora“, por Rosa Silvestre (Maria Lamas), Reino dos Miúdos. 1 il. 2 cores, 2 il. 1 cor.
Civilização, n.º 14, agosto. “A aventura de um príncipe“, por Rosa Silvestre (Maria Lamas), Reino dos Miúdos. 2 il. 2 cores.
Civilização, n.º 15, setembro. “O príncipe medroso“, por Rosa Silvestre (Maria Lamas), Reino dos Miúdos. 1 il. 2 cores, 2 il. 1 cor.
Civilização, n.º 17, novembro. “A aldeia do castigo“, por Rosa Silvestre (Maria Lamas), Reino dos Miúdos. 2 il. 2 cores.
1930
Civilização, n.º 20, fevereiro. “Quando o Inverno chegou“, por Rosa Silvestre (Maria Lamas), Reino dos Miúdos. 2 il. 2 cores.
PERIÓDICOS / Eva
1945
Eva, Natal, A noite de todas as crianças, por P. L. H. Smith. 2 il. 1 cor.
PERIÓDICOS / LITORAL
1944
Litoral, n.º 2, julho, “Minsk“, por Graciliano Ramos. 2 il. 1 cor.
1945
Litoral, n.º 6, janeiro-fevereiro, “O Barroco e o Romântico são expressão da mesma constante histórica?“, por Hernâni Cidade. 1 il. 1 cor.
PERIÓDICOS / PANORAMA
1941
Panorama, n.º 2, julho. “St. António, St. João, St. Pedro“, extratexto 10 il. 2 cores.
1942
Panorama, n.º 12, dezembro. Capa 4 cores.
1944
Panorama, n.º 20, abril, “Viagens na minha infância“, por Natércia Freire. 3 il. 1 cor.
Panorama, n.º 22, Natal, “A Literatura da Infância“, por Adolfo Simões Muller. 3 il. 1 cor.
1946
Panorama, n.º 27, “Viagens na minha infância“, por Natércia Freire. 2 il. 1 cor.
Panorama, n.º 30, “Viagens na minha infância“, por Natércia Freire. 3 il. 1 cor.
1947
Panorama, n.º 32 e 33, “Balada do jardim diferente“, por Maria da Graça Azambuja. 3 il. 1 cor.
1948
Panorama, n.º 35, “Lisboa, meu cais-saudade“, por Maria da Graça Azambuja. 4 il. 1 cor.
PERIÓDICOS / VER E CRER
1945
Ver e Crer, n.º 8, dezembro. Capa 4 cores.
1947
Ver e Crer, n.º 27, julho. Capa 4 cores.
.
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
Ofélia, Galeria de S. Francisco, 4 a 19 março 1982. Prefácio no folheto-catálogo de Manuela Azevedo.
.
BIBLIOGRAFIA
Ofélia Marques e os seus amigos quando jovens, revista Eva, Natal 1967.

Revista Eva n.º 156, 15 de fevereiro de 1941
.
Prefácio de Natércia Freire no seu livro Infância de que Nasci, 1957.
Quando comecei a escrever estas memórias de infância, há alguns anos já, sem intenção preconcebida de reuni-las em volume, logo após a publicação da primeira na revista Panorama, começou a constituir para mim uma verdadeira festa de mistério e de espanto a expectativa de como iriam as outras ser ilustradas.
Talvez se não compreenda bem por que escrevi “festa de mistério e de espanto”; mas não encontro expressão que melhor possa definir a minha perturbada surpresa quando fixava os desenhos de Ofélia para essas confissões.
Como se os tivesse visto, o traço fininho e delicadíssimo do seu lápis desenhava exactamente as figuras e os jardins que eu – eu, sim, e só eu – vira. Uma espécie de adivinhação guiava com certeza a mão de Ofélia, e desse milagre que nos unia na mesma realidade e na mesma abstracção jamais pude ou quis penetrar o segredo e a beleza.
Nesse tempo era o poeta Carlos Queiroz quem dirigia a revista Panorama. (O facto de recordar também aqui o nome deste grande Poeta, morto num passado não muito distante, dá de repente aos meus trinta e poucos anos a sensação de ter vivido muito tempo: o tempo necessário para ter visto a vida e a morte.) Entregava-lhe os originais e ele se encarregava de os remeter a Ofélia, para que os ilustrasse.
Não a conhecia pessoalmente e não cheguei mesmo a conhecê-la. A dois passos, num país tão pequeno, não trocámos sequer duas palavras que nos permitissem identificar locais ou pessoas. Assim, eu fiquei durante muito tempo com a impressão esquisita de que Ofélia era um ser espantosamente bem dotado, mais rico de intuições e mais sábio que o comum dos artistas, capaz de ver o que eu já tinha visto e de reproduzir em pormenor e em poesia recordada, com integral perfeição, o que eu contara.
Só três desses trabalhos que eu hoje reúno em volume – Vieram as Estrelas, A Outra Menina e O Meu Dia – foram então publicados na revista Panorama. E só esses trechos, portanto, foram ilustrados.
Um dia, soube que Ofélia tinha morrido. E, não sei porquê, disse comigo: morreu de solidão!
O que dela, porém, para mim existia, continuava intacto. A fluida comunhão que nos ligara persistia: ali estavam, a atestá-la, tão vivos e precisos, os desenhos das paisagens e das coisas da minha recordação. E só recordação? A imaginação não teria colaborado com a memória?
Por mero acaso, ou determinação já prevista – não por nós –, conseguiu seu marido, o Pintor Bernardo Marques, descobrir entre os seus desenhos aquele que ilustra a capa. E nada mais.
O livro ficará assim como que incompleto, pois o leitor sentirá o desejo de ver, em alguns trechos, a perfeição e a poesia das ilustrações de Ofélia. Desejará, tal me aconteceu já, constatar como é possível a um pintor escrever tão claramente e quase aereamente a vida que se recorda…
Será essa sensação de irremediável falta a melhor homenagem que lhe prestaremos.
Nenhumas outras palavras a ligarão melhor ao mistério que sempre foi para mim a sua Arte do que estas de Maeterlinck, sobre a mulher, no Trésor des Humbles. «Approchons-nous avec respect: car elles savent des choses que nous ne savons pas et elles ont une lampe que nous avons perdue… Elles sont vraiment les soeurs voilées de toutes les grandes choses qu’on ne voit pas. Elles sont vraiment les plus proches parentes de l’Infini qui nos entoure…»
Separadas pelo rio da Morte, a minha atitude de admiração e de ternura é hoje acompanhada de uma verdadeira devoção. Perfilhando as palavras de Maeterlinck, não quis senão reforçar a ideia da sua comunicação com o Infinito que nos rodeia. Por mim, peço desculpa de ser mulher.